A Embraer realizou nesta terça-feira o primeiro voo do novo jato bimotor de transporte militar KC-390. Os pilotos de teste e engenheiros de ensaios testaram a aeronave por 1 hora e 25 minutos e realizaram a avaliação de qualidades de voo e de desempenho. Em seu voo inaugural, a aeronave realizou manobras para avaliação das características de voo e executou uma variedade de testes de sistemas. Até agora, o avião vinha passando por simulações e testes em solo. Conforme informou a companhia ao mercado, o voo foi bem-sucedido.
"O KC-390 se comportou de forma dócil e previsível", disse o comandante Mozart Louzada, um dos pilotos de teste. "Este primeiro voo é um passo fundamental para cumprirmos a tarefa que nos foi confiada", disse em nota o diretor-presidente da Embraer, Frederico Curado. Ele classificou o projeto de criação da aeronave como "o maior desafio tecnológico que a empresa já enfrentou em sua história".
O primeiro voo sofreu algum atraso em relação ao cronograma originalmente previsto. Inicialmente a Embraer planejava realizá-lo no segundo semestre de 2014. Mas segundo fontes da companhia, o adiamento ocorreu para "priorizar a segurança de voo". A empresa reiterou, porém, que o programa segue avançando conforme o planejado. Previsões iniciais apontavam que o período de certificação deve levar entre um ano e meio e dois anos. Com isso, a efetiva entrada em operação estava estimada para o final de 2016.
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Encomendas - A aeronave, um cargueiro militar que terá capacidade de carga de 23 toneladas e poderá ser utilizada para reabastecimento aéreo, em operações de busca, resgate e evacuação, e em operações humanitárias, entre outros, foi desenvolvida em parceria com a Força Aérea Brasileira (FAB), e tem investimentos estimados em 4,6 bilhões de reais.
Segundo o presidente da Embraer Defesa & Segurança, Jackson Schneider, "o KC-390 tem despertado o interesse de diversos países no mundo todo". Mas até o momento apenas um contrato no valor de 7,2 bilhões de reais, incluindo a compra 28 aeronaves e um pacote de suporte, foi anunciado e assinado com a FAB em maio do ano passado.
Desde então, a Embraer passou a buscar reverter outras 32 cartas de intenções já assinadas com outros países (Argentina, Chile, Colômbia, Portugal e República Tcheca) em pedidos firmes. Em meados do ano passado, a Embraer divulgou estimativa que apontava para uma demanda de 7.728 cargueiros médios, como o KC-390, no período de 20 anos. A expectativa da companhia é conquistar uma fatia de entre 15% e 20% do mercado nesse período.

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